Perder e encontrar

                              Você já sentiu, alguma vez, que por vezes, um sentimento que parece ansiedade e é grande mediante alguma coisa que está por acontecer que todos os sentimentos ficam perdidos, indefinidos, e que sua mente parece voar sem rumo e ficar dando voltas sem sair do lugar?
                              Já sentiu aquela  novidade gelando seu estômago, perseguindo sua coluna e fazendo sua cabeça girar como um turbilhão, mas de maneira prazerosa?
                              Pois eu acredito que este sentimento, que muitas vezes nos deixa enlouquecidos, nos persegue uma vez ou outra com o intuito único de nos fazer seguir em frente, é o impulso da vida.
                              Hoje, ao me deparar com uma situação de novidade e desconhecimento, também pude encontrar em mim mesma algo que deixara de sentir com o falecimento de uma pessoa muito querida. Pessoa importante. Pilar da minha vida. Pessoa que nunca poderá ser substituída ou esquecida ou reproduzida.
                              Quando perdemos algo importante, parece que a vida nos escapa das mãos. Parece que tudo fica escurecido por um momento e depois, quando clareia novamente, parece que a vida se reorganizou em tons de cinza. Ah... como eu sinto falta... como eu sinto saudades...
                              Quando perdemos alguém importante, parece que a vida pára. Parece que não há mais sabor nas coisas, não há mais motivos para continuar.
                              Quando um pilar das nossas vidas é removido, perdemos o equilíbrio, perdemos a motivação. Tudo dói mais. Tudo machuca mais. Tudo fica confuso.
                              Quando perdi minha avó, em Agosto deste ano, tudo o que podia pensar era que uma parte de mim havia morrido com ela. Quando a perdi, perdi minha melhor amiga. Minha confidente. Quantas pessoas têm, na avó de criação, uma amiga e confidente?
                               O valor que ela tem para mim nunca vai mudar. Nunca poderão, ninguém, alterar o que eu sinto por ela, o quanto ela me faz falta.
                               Como, então, recomeçar? Como retomar a vida sem alguém que lhe transmitia segurança, afeto, carinho? É muito mais complicado do que muitos pensam.
                               Mas, hoje, de repente, no sorriso de uma amiga e na docilidade de uma criança, pude ver uma saída, pude resgatar minha visão de vida.
                               Naquele momento, praticando algo que gosto, dando atenção ao tipo de pessoa que acredito ser uma bênção de Deus, pude perceber que estava sentindo algo que não sentia desde a perda que sofri.
                               Pude reviver o sentimento que me fez escolher minha profissão. Pude sentir os mesmos frios no estômago de quando prestei vestibular.
                               Senti algo que me fez sentir impulso, coragem, vontade, alegria.
                               Senti todo o meu ser sendo tomado por entusiasmo, por renovação.
                               Finalmente, eu voltei sentir o meu coração a ser inundado por ESPERANÇA.
                               E esta esperança só é possível quando nos deparamos com a mais profunda e leal realidade a que Deus nos permite saciar nossas dúvidas: que Sua existência é real, e que podemos o encontrar todas as vezes que observarmos sua criação, mas com maior intensidade quando observarmos o ser humano, que é Sua imagem e semelhança.
                               Que pena que o pecado e o mau tiraram parte da essência de Deus que havia no homem, mas um dia poderemos ser mais alvos do que a neve, reluzentes como luz, pois voltaremos para o Pai. Glórias a Deus.
                                Deus me consolou, me renovou as esperanças. Meu deu um motivo para sorrir. Ele me socorreu na angústia da solidão e fará por você, o que fez por mim. Eu sei!